Reprodução Geremin detecta vários movimentos do dedo indicador e os transforma em comandos
Geremin usa sensores para ajustar do volume do som à temperatura do ar-condicionado
Cientistas alemães desenvolveram um programa experimental com reconhecimento de gestos que permite ao motorista controlar qualquer parte do painel do carro sem tirar as mãos do volante.
Christian Müller, pesquisador do Centro Alemão de Pesquisas em Inteligência Artificial (DFKI), que ajudou a desenvolver o sistema, diz que a ideia é permitir ao motorista ajustar tudo, do controle do volume do sistema de som do carro aos ajustes de ar-condicionado do veículo enquanto mantém as mãos no volante e os olhos na estrada. A informação é do site de tecnologia Technology Review.
Sensores eletromagnéticos localizados no painel detectam os movimentos do dedo, fazendo com que o motorista segure o volante na posição recomendada (10 para as 2, imitando os ponteiros do relógio) para que dirija direito.
Ao detectar os diversos movimentos que o dedo do motorista desenha no ar, o sistema interpreta uma grande variedade de comandos, diz Müller.
Seis pessoas testaram o programa, que foi apelidado de Geremin. O sistema conseguiu distinguir 86% de dez gestos diferentes, incluindo dedo para cima ou para baixo, para a direita ou para a esquerda e ao desenhar círculos, triângulos e quadrados.
Alguns carros já possuem botões e controles embutidos no volante ou grudados no seu eixo, mas eles são mais limitados do que os gestos, explica Müller.
- Embora você possa configurar uns botões para algumas funções no volante, a quantidade de gestos pode ser ampliada.
Como cada sensor custa em torno de R$ 0,83 (US$ 0,50), o sistema deverá ser mais barato do que a instalação de câmeras para monitorar os movimentos do motorista, como estão fazendo alguns fabricantes de automóveis.
Paul Green, pesquisador do Grupo de Interfaces para Motoristas do Instituto de Pesquisas de Transporte da Universidade de Michigan, diz que embora a ideia possa ajudar a manter o motorista com as mãos no volante, os erros de reconhecimento [de gestos] podem se tornar uma distração.
- Se cada fabricante tiver um conjunto diferente [de gestos], então, o usuário terá problemas.
Agora, os pesquisadores pretendem aumentar o repertório de gestos, além de combinar o sistema com reconhecimento de voz para permitir às pessoas ditarem mensagens de texto no carro.
Mas há quem não tenha achado o Geremin tudo isso. Andrew Howard, chefe de segurança de estradas da Associação Automobilística do Reino Unido, conta que permitir ao motorista enviar mensagens de texto é perigoso. Ele explica que “não se deveria encorajar ninguém a fazer outra coisa que não seja dirigir”.
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