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quinta-feira, 15 de março de 2012

“Foi a primeira vez que sofri preconceito”, diz músico ofendido por piada feita em stand-up show

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Felipe Hamachi fez piada preconceituosa, que resultou na chegada da polícia. Danilo Gentili faz parte do elenco de Proibidão


Integrante de banda teria sido chamado de “macaco”; ele vai ao Condepe

O músico Raphael Lopes afirmou que, na noite de segunda-feira (12), quando foi chamado de "macaco" enquanto trabalhava na banda de um show de stand-up, foi a primeira vez que passou por uma situação de preconceito. Em entrevista ao R7, o músico falou que após chamar a polícia ainda foi julgado pelos comediantes.

- Eu fui chamado de preconceituoso e mal resolvido por um comediante. Ele afirmou que o preconceito não acaba por causa de pessoas como eu. Mas não sou mal resolvido. Foi a primeira vez que passei por uma situação de racismo. Tenho 24 anos e nunca passei.

Lopes tocava na banda que se apresentava no stand-up conhecido como “Proibidão”. O show reúne nomes famosos como Alexandre Frota, Danilo Gentili e Felipe Hamachi. O advogado da vítima, Dojival Vieira, contou que Hamachi teria feito uma piada sobre AIDS e envolveu o funcionário.
- Ele falou “mas eu sempre comi macaco e nunca peguei, né?” E se voltou para o meu cliente.

Lopes afirmou que não sabia sobre o stand-up e que ficou surpreso desde o começo das piadas. Ele afirmou que a piada feita com ele foi a mais "leve" da noite, que teve piadas racistas, com pessoas com deficiência, mulheres e gays.

- É um grupo que, com o pretexto de fazer humor, é racista. De um lado você tem comediantes que fazem piada, do outro você tem um público que paga um valor que não é popular, R$ 40 ou R$ 60, para ver esse tipo de piada.

Desculpas

Lopes afirmou que o comediante pediu desculpas pessoalmente e por outros meios, inclusive em um programa de rádio. Ainda assim resolveu levar o caso adiante e vai ao Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana).

- Não é nem só por mim. Aquilo não foi só preconceito racial, foi desumanidade.

Procurado, a assessoria de Felipe Hamachi informou apenas que o ocorrido no show foi um mal entendido e que já foi resolvido. Disse ainda que a proposta da apresentação é de fazer piadas de todos os tipos, mas que em nenhum momento o humorista quis ofender os presentes.

Documento sem validade

Segundo o advogado, apesar de o público assinar na entrada do evento um termo em que se compromete a não processar os integrantes do "Proibidão" por qualquer piada preconceituosa, o documento não tem qualquer validade legal. De acordo com Vieira, o papel assinado não pode estar acima da lei. No caso do músico, ele teria se sentido agredido por uma piada racista e a lei prevê que racismo é crime.

O documento em questão teria tanta validade quanto cupons de estacionamento que informam que o espaço não se responsabiliza por qualquer objeto desaparecido de dentro do veículo ou comandas de restaurante que dizem que o cliente tem que pagar uma quantia estipulada caso perca o papel. 

Noticia retirada do R7

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